quarta-feira, 11 de junho de 2008

Tudo o que você sabe sobre traição está errado


Abaixe a guarda e prepare o coração para ouvir o que estudiosos revelam sobre um dos temas mais explosivos da vida a dois .


VERDADES E FATOS


Mito: Quem ama de verdade não trai

Fato: Pode trair, sim. “Mesmo que ame sua mulher, o homem justifica a infidelidade pelo desejo de novidade e aventura, porque surgiu a oportunidade, por crises pessoais ou no casamento”, observa Mirian. Já as mulheres dizem trair por sentir falta de carinho e atenção ou por achar que não são mais desejadas pelo marido. Há também aquelas que traem para revidar as escapadas do parceiro. “Em minhas pesquisas, notei que mesmo pessoas felizes no casamento às vezes traem por curiosidade, para testar o poder de sedução ou para chamar a atenção do cônjuge”, afirma Ana Maria. Arlete acrescenta ainda outro motivo, que vale para os dois sexos: “Em meu consultório, alguns contam que traíram para reviver aquela sensação de excitação do início do namoro”, diz ela. “Por isso, é importante o casal investir sempre no erotismo.”


Mito: A traição é quase inevitável em relações de longo prazo


Fato: Nem sempre. Em suas pesquisas, Mirian Goldenberg assegura que conheceu vários casais com mais de 20 anos de casados e fiéis. A receita? “A base desses casamentos é a amizade e a cumplicidade. Os casais sentem que isso é especial, não querem se arriscar a perder por causa de uma atração sexual passageira”, diz a antropóloga. Para Ana Maria Zampieri, existem etapas críticas que deixam os casamentos mais vulneráveis à infidelidade: nos dois primeiros anos, quando a paixão perde o fôlego; por volta dos dez anos, quando o sexo costuma ficar mais morno; e em torno dos 20 anos, sobretudo se o casal não resolveu bem crises anteriores.


Mito: Tem um certo tipo de pessoa que trai

Fato: Não há um perfil único, pois a ocasião também faz o infiel. “Quando a oportunidade se apresenta, as pessoas mais impulsivas podem ter dificuldade de resistir ao desejo”, diz Ana Ma ria. Por outro lado, há um tipo com maior predisposição. “É o caso da figura muito narcisista, que tem dificuldade de criar vínculo afetivo e é movida pela necessidade de testar continuamente o seu poder de sedução”, define Arlete. “Seja homem ou mulher, em geral é alguém com auto-estima bastante comprometida, que procura se afirmar por meio das conquistas.”

Mito: Homem trai mais do que mulher

Fato: Pelo menos no Brasil, essa tese está comprovada. Há controvérsias sobre quanto a mais”. Nos últimos nove anos, Mirian entrevistou 1 279 pessoas de ambos os sexos das camadas médias cariocas, com idade entre 17 e 50 anos. Desse grupo, 60% dos homens e 47% das mulheres admitiram já ter cometido uma infidelidade. Em outro estudo, realizado entre 2002 e 2003 pelo Projeto Sexualidade (Pro-Sex), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, com 7 103 voluntários também de ambos os sexos, nas cinco regiões do país, o índice de traição

masculino ficou em 50,6% e o feminino em 25,7%.


Mito: O parceiro traído sempre sabe que isso está acontecendo

Fato: Nem sempre. Até porque nem todo mundo quer esclarecer a questão. Boa parte dos homens ouvidos na pesquisa de Mirian Goldenberg diz preferir não saber se a mulher trai. “Desde que ela pareça fiel, para eles está tudo bem”, diz a antropóloga. Já as mulheres, segundo Mirian, buscam o tempo todo provas da fidelidade ou infidelidade do marido. No entanto, ainda que captem sinais, tanto elas quanto eles relutam em admitir a situação. “Dá medo de encarar a verdade”, afirma Ana Maria. “Mesmo quem sente que há algo errado precisa passar por um processo interno para admitir. E há quem ache mais confortável fingir não saber.”


Mito: A traição destrói o casamento

Fato: Não, na maioria das vezes o casamento continua. Entre os casais que procuram Arlete no consultório com essa questão, 70% seguem juntos. Porém, permanecer na relação não é necessariamente sinônimo de felicidade conjugal. De acordo com a pesquisa de Ana Maria, muitos não se separam por conveniência, por causa dos filhos, para não dividir os bens. “Na prática, vivem divorciados emocionalmente. Apenas um terço dos casais supera a traição e faz dessa experiência uma alavanca para melhorar o casamento”, afirma Ana. São aqueles que conseguem mudar o padrão do relacionamento: descobrem o que os afastou e se reaproximam, passam a cuidar mais da relação.


fonte revista claudia

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